quarta-feira, abril 27, 2005

A380

Hoje o Airbus A380 faz o seu voo inaugural. Mais uma vez o Homem utiliza a sua mais-valia cerebral (não necessariamente intelectual) para criar extensões de si próprio. Já o fez com os computadores e com as literais extensões para o cabelo. Fá-lo, e a palavra a aplicar é mesmo esta, agora no campo da movimentação de massas, outra palavra bem aplicada.

Poder-se-à dizer ser uma perfeita estupidez coinstruir-se mais um gigante dos céus num contexto em que o preço de petróleo atinge consecutivamente valores máximos históricos. Poder-se-à argumentar também que sendo maior, a relação custo/capacidade de transporte justifica a decisão de o construir. Haverá igualmente quem diga "ah, e tal". Mas o certo é que a indústria aeronáutica está com os dias contados.

É certo que, desde tempos bíblicos, voar foi o sonho dos Homens. Ícaro conseguiu mas saiu-lhe cara a acrobacia. Além disso, como não havia testemunhas, tirando as do Jeová e essas ninguém está para as ouvir, Ícaro não é reconhecido como o primeiro homem-alado. Assim sendo, o sonho perdurou até 1783, altura em que Pilatre de Rozier e o Marquês d'Arlandes o fizeram, com reconhecimento histórico, pela primeira vez. A partir daí o sonho deixa de ser voar "per se" e começa a viagem por uma transportação rápida e económica. E uma vez habituados ao tédio de voos intermináveis, as atenções centram-se na teletransportação - a "aviação" do futuro.

Jeff Goldblum já o tentou mas com um resultado nada famoso: ficou com a "mosca". O Capitão James T. Kirk, por outro lado, já o faz desde 1966 com o auxílio do seu colega, amigo e amante Scotty. Todos já o vimos, mas ninguém sabe ao certo como é. E como ele vive no futuro, ninguém o consegue encontrar para perguntar como é. Ninguém, quer dizer, excepto o Gene Roddenberry. Resta-nos a única saída miserável para quando não temos a papinha feita - investigação científica! Assim, na Austrália, em 2002, uma equipa de investigação conseguiu teleportar uma mensagem codificada num raio laser. Será certamente a ponta do véu, ou do iceberg para alguns leitores mais iluminados, com uma aplicação mais directa na área de informática, permitindo a transmissão de dados a velocidades inigualáveis às praticadas hoje em dia.

Uma coisa é certa. Mas o que é certo é que o caminho já foi aberto, e poderá ser uma questão de (a quantos é que estamos?)....dias para que eu deixe de ir de transportes para ir trabalhar. Basta ter em casa uma cabine de duche de fotões transgénicos carregados negativamente com capacidades de teletransportação integrada por via naso-capilar. E outra no local de destino, óbvio.

4 comentários:

Anónimo disse...

DASSE... O moço já tá noutro plano d'consciência tantrica

Pilatre de Rozier e o Marqui d'Arlandes linka à Microsoft pq?

Anónimo disse...

porquê? PORQUÊ?!!!? Ora está-se mesmo a ver. É o Bill Gaitas que se quer apoderar dos louros e ser ele considerado o primeiro a fazer uma viagem em balão de ar quente em pleno sec XVIII. Só pode!

Vai lá outra vez que já arranjei o link.

Anónimo disse...

K fixe, então o balão foi produzido pelos bros monglóide?

Anónimo disse...

Alguns leitores mais iluminados não puderam deixar de vir ver o que outros escritores mais iluminados andam a escrever! Reparo com agrado que existem outros que como nós tentam manter a blogosfera longe da mediania. Bem haja!