Há uns tempos atrás, os serviços da Segurança Social obrigaram-me a pagar 50€ a mais. Recentemente, informam-me que esse valor foi indevidamente cobrado e que, considerando a minha presente situação laboral, teria de me deslocar à catedral dos serviços, no Areeiro.
Hoje, como não trabalhava, enchi-me de coragem e fui lá. Não fui muito cedo porque, caramba, ao menos que durma até um pouco mais tarde (até às 8h) num dia de férias. O primeiro impacto foi o da confrontação com um hilariante cartaz sobre as senhas (ver foto) o qual ao mesmo tempo me fez duvidar de ser até atentido hoje. Seja como for, resolvi esperar na fila da triagem só para saber que as suspeitas se confirmaram: "já não há senhas para o serviço que o senhor pretende". Fui para casa, após esta agradável visita a Lisboa. Há já muito tempo que não ia para aqueles lados, e o dia até que estava bonito para passar.
No entanto, entre os minutos de espera, aproveitei para fantasiar uma hipotética cena em que seria efectivamente atendido. Cena essa que passo a partilhar convosco.
Eu- Bom dia.
Funcionário - (silêncio)
E- Vinha cá porque em Julho paguei-vos 50€ a mais e os serviços da tesouraria no Saldanha me disseram que era convosco que tinha que falar.
F- Nós aqui não devolvemos dinheiro a ninguém.
E - Mas eu dei-vos dinheiro a mais, certo?
F - Sim. O que pode fazer é pedir para descontar esse valor nos próximos pagamentos.
E - Compreendo, só que a minha situação laboral entretanto alterou-se e já não sou eu quem paga a minha segurança social. E não acho justo que seja o meu patrão a receber o dinheiro que vos paguei em excesso.
F - Sim, tem razão. Mas o que é que quer? Tem de ser assim. O Estado não devolve dinheiro a ninguém.
E - Bom. Sempre me podiam fazer um felacio...
F - Um felacio?
E - Sim, mas teria que ser algo bem esgalhado. Sempre foram 50€...
F - Acho que isso não é possível. Dê-me um momento que vou perguntar ao director.
Aguardo mais um pouco, enquanto observo o sol a pôr-se, lá fora.
F - É como lhe disse. Também não fazemos felacios a ninguém. Aqui a nossa especialidade é enrabadelas.
E - Percebo. Mas isso a mim não me convém. Além do mais, é imoral! Uma enrabadela já vocês me deram ao cobrarem os 50€ a mais. Não seria justo eu receber duas enrabadelas da vossa parte sem vos dar alguma coisa em troca. Se me fizessem um felacio, seria de bom grado que ejacularia para a cabeça da Directora de Serviços. Afinal, sempre é Natal! Assim que me disseram que podia receber os 50€ de volta fiquei logo cheio de ponta. Não me deixem assim neste estado, por favor.
F - Oiça. Eu não posso fazer nada. Até lhe podia dar um pedaço de papel higiénico para o sr. se ir masturbar ali à casa de banho dos funcionários, mas também já se acabaram as senhas para isso. Acabou-se o papel higiénico. Hoje foi um dia muito movimentado, sabe...
E - Isto está difícil. Nem um bafinho quente no prepúcio? Sempre sentia calor e humidade...
F - Bom. Isso talvez se arranje. Mas terá de ser nos serviços de segurança social da sua área de residência.
Fui-me embora, de volta para Queluz.