sexta-feira, dezembro 29, 2006

Datas e Celebrações

Hoje em animada conversa temática online com o leitor Barba Ruiva, também conhecido noutros meios por Madame Barbicha Escarlate, veio à baila o tema das celebrações das datas.

Tanto alarido pela celebração de mais uma noite, igual a tantas outras, e somente diferente na cabeça das pessoas. Excepto para o meu avô. O Ano Novo, em si, não tem nada de especial. É só mais uma data, se bem que com o significado de compleição de mais um ciclo. É também cada vez mais usados pelas empresas turísticas para atrair clientela.

Em boa verdade, e se quiséssemos fazer as coisas como deve de ser, e com maior significado. A celebrar a passagem de mais um ano, que se celebre com maior consciência a data do aniversário de cada um. Essa data sim, assinala mais um ano da nossa existência.
Este meu amigo/companheiro/leitor/palhaço de queixada pelosa deste circo que é a vida, argumenta que até mesmo a data de aniversário é errónea, estando nós a celebrar, efectivamente, X anos e 9 meses. Argumento perspicaz, não estivessemos nós estar a celebrar o nascimento e não a concepção.

Foi nesta sequência de catarses cerebro-intelectuais que se assomou à lembrança indagar do porquê de não celebrarmos a data do acto de ser gerado. Certamente a resposta encontrar-se-à enraízada nos confins do politicamente correcto ou no campo do tabu religioso. Num país fustigado pela cristianidade, exalta-se o nascimento do Deus-menino mas sumariza-se a sua concepção. Diz-se somente que o anjo fecundou Maria com a semente do Senhor, mas não se explica o método usado, a posição adoptada nem se ela teve ou não orgamos, e se os teve, se foram de bradar aos Céus.
Deste modo, acredito que somente sociedades mais abertas, mais evoluídas, poderão celebrar tal acontecimento - A queca. Na Europa do Norte, os discursos poderiam ser algo como:

"Meus amigos, agradeço a todos estarmos aqui reunidos para celebrarmos a minha concepção. A data em que o meu pai resolveu esporrar-se para dentro da minha mãe. Obrigado mãe, obrigado pai. Pai, vai lavar as mãos e dá-me um abraço, por favor!"

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