terça-feira, novembro 29, 2005

Artes de Cordame


Não há nada que custe mais que é calçar um par de peúgas frias. A não ser que esteja mesmo com pressa. O acto de “ensacar” a extremidade do membo inferior lembra a quem o executa a verdadeira dimensão da sua mortalidade. É este tomar de consciência que a sociedade apelida de “crescer”. Estava quente e agora sinto frio. Estava nú e agora vestido, ou pelo menos a um passo de me calçar. Convenhamos que um homem nú calçado possa parecer mais estranho que um perú numa tabacaria, mas é certo que o primeiro está mais bem preparado para ir à rua comprar legumes. Mas voltemos às peúgas. Lã, algodão ou fibra. Exclúa-mos por ora o elastano. Já no acto de compra um dilema se nos apresenta. Animal, vegetal ou artificial. Os mais indecisos optam por não comprar nenhuma. Dái haver muita gente que calçe sapatos sem meias. “Gosto assim. Sinto o pé mais fresco.” – dizem. Mas na verdade o que lhes faltou foi poder de decisão. Nunca hão-de conhecer um CEO que não calce peúgas. Comprar peúgas é sinal de carácter! Calçá-las, de coragem e crescimento!

1 comentário:

Rita Ochoa disse...

Experimentem:
Manhã de Inverno, acabados de tomar um duche, calçar umas collants!!
As pernas nuas a tremer de frio e as collants a ficarem todas tortas com a pressa... e depois chegar ao fim e repararem que têm uma "malha" daquelas com aspecto de que se vai desenvolver muito em 30 minutos...
Por isso é que quando resolvo vestir saias no Inverno não chego sequer a sair de casa...