Mas o que é, em boa verdade, uma criança? O conceito, quero eu dizer, é que me confunde. Que tipo de características deve um indivíduo ter para ser considerado como tal. Ser criança é ser um indivíduo abaixo de uma determinada idade legislada? Ser criança é exibir comportamentos elevadamente egocentrados e sociopáticos? Ser criança é apresentar uma predisposição natural para a aprendizagem? O conceito de criança é, afinal de contas, uma cega aplicação da idade biológica ou será algo mais vasto? Caso seja o último, em que outras dimensões do conceito entram em jogo, teremos de concordar que, em última instância, todos somos, uns mais outros menos, mas todos crianças.
O conceito de infância, como milhentas de outras coisas, é fruto da Revolução Industrial. Uma teoria avança que o conceito de foi criado pela classe empresarial da altura com o fito de educar futuros trabalhadores proficientes em técnicas profissionais e consciêntes do seu lugar hierárquico. Por outras palavras, gerar carneiradas. Deste modo, nascem as primeiras escolas e as crianças são pela primeira vez exortadas a frequentá-las. Até esta data era normal o agora abominado trabalho infantil, indispensável à sustentabilidade do orçamento familiar. O repúdio ao trabalho infantil é um comportamento urbano, arrogante e hipócrita. Ainda hoje, em meios rurais, é perfeitamente aceitável a uma criança contribuir para o desenvolvimento de micro-indústrias familiares. Mas este é outro tópico em si e terá de ficar para um próximo bost. Ou para uma próximo dia da criança.
Um bom dia da criança, ou seja, um bom dia a todos.
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